A alta dos alimentos tem pesado no bolso dos brasileiros na hora de ir até o mercado realizar as compras de casa. Nas redes sociais, vídeos de produtores agrícolas descartando boa parte de suas produções geraram revolta por parte dos internautas. O descarte seria para não vender os produtos com preço muito abaixo da média. Mas afinal, o que explica o agronegócio estar jogando alimentos que poderiam alimentar diversos brasileiros no “lixo”?
Entenda lógica do descarte dos alimentos:
Os produtores que são flagrados jogando produção no “lixo”, são em sua maioria de pequeno e médio porte. Para o economista Francisco Rodrigues, esse descarte é uma estratégia para manter a rentabilidade da produção.
Antecipando uma venda abaixo da média, o produtor já prevê impactos negativos em seu fluxo de caixa e rentabilidade.
Além disso, a próxima safra também é considerada. Se o produtor vender a safra atual abaixo do preço de mercado, provavelmente precisará reduzir a produção na safra seguinte.
A alta tecnologia na safra pode gerar um excedente de produção, especialmente de alimentos perecíveis, que é difícil de escoar.
“Nós temos mais de 788 milhões de pessoas passando fome no mundo e continua acontecendo essas questões. O governo precisaria fazer políticas efetivas para ajudar esses produtores a escoar essa produção ou pelo menos criar mecanismos por meio de cooperativas para que esses produtos cheguem nas ONG’s ou chegue aos mercados com preço que seja mais aceitável”, analisa o economista Francisco Rodrigues.
Rodrigues recorda que o descarte de alimentos não é algo novo. Na crise de 1929, o Brasil registrou um acúmulo grande de sacas de café, onde boa parte da produção foi lançada ao mar. Nesse caso, a oferta do café diminuiu e o preço da produção se manteve.
Em um cenário onde o produtor decide vender o produto abaixo da média, custos relacionados a logística trariam um prejuízo ainda maior. “O risco é, ele pode estar prejudicando o seu próprio negócio, o próprio planejamento e não conseguindo, por exemplo, numa próxima safra, colocar o seu produto a um preço mais justo ou a um um preço de equilíbrio. Então, o que que ele precisa? Ele precisa ter um preço de equilíbrio justamente para equilibrar as suas despesas e os seus custos de produção”, aponta o economista Francisco Rodrigues.
Esse texto foi copiado do Blog do Gustavo Negreiros. Para ter acesso completo a matéria acesse gustavonegreiros.com.br