Subiu para 182 o número de casos de suspeita do novo coronavírus no país, aponta balanço do Ministério da Saúde. Na quinta, eram 132 suspeitas em investigação.
O Brasil ainda tem apenas um caso confirmado da doença, de um um homem de 61 anos de São Paulo. Ele esteve na Itália, um dos países com mais casos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) elevou nesta sexta-feira (28) para “muito alta” a avaliação de risco para o novo coronavírus a nível global. A mudança ocorre após aumento de casos confirmados fora da China.
Até o momento, foram registrados cerca de 83 mil casos do covid-19 no mundo, com 2.800 mortes. A maioria dos casos ocorreu na China.
Em outros países, há cerca de 4.000 casos em 49 países e 67 mortes, segundo a OMS. Os registros estão distribuídos em 49 países.
“Ontem foi o primeiro dia que tivemos mais casos na Coreia do Sul do que na China. Vemos ampliação significativa da dispersão do número de casos”, diz o secretário de vigilância em saúde do ministério, Wanderson Oliveira.
Para ele, o fato de ter casos confirmados nos cinco continentes já permitiria classificar o cenário como uma pandemia. A OMS, no entanto, tem avaliado que a transmissão em outros países ainda está ligada em geral a casos já confirmados, sem que haja transmissão dentro de uma comunidade, por exemplo.
Já o Brasil tem avaliação diferente. “Entendemos que seria muito mais racional, para a economia mundial e todo o processo, considerar que isso seria uma pandemia e não é possível conter esse vírus, transmitido de modo assintomático, para focar em evitar casos graves. Essa é a nossa sugestão, mas não cabe a nós definir”, diz Oliveira.
A taxa de letalidade até o momento é de 3,5%. Idosos e pessoas com doenças associadas são tidas como mais vulneráveis.
Segundo o ministério, o aumento progressivo no número de casos suspeitos no Brasil se deve à mudança nos critérios usados para análise de possíveis casos na rede de saúde nos últimos dias.
Para definir os casos de suspeita de infecção no Brasil, o Ministério da Saúde adota como critério o registro de febre e outros sintomas respiratórios somado ao histórico de viagens, em até 14 dias antes, a países que registram mais de cinco transmissões locais.
Folhapress