A repercussão nas redes sociais do ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de Setembro passou a se destacar mais pela defesa da “liberdade” do que por publicações de ataque ao STF (Supremo Tribunal Federal). A virada nos assuntos postados se deu a partir da 3ª semana de agosto. O levantamento foi feito pela consultoria Quaest, entre 22 de julho e 26 de agosto. Leia a íntegra do relatório (9 MB).
Segundo a pesquisa, as publicações contrárias à Corte chegaram a representar 33% do total de menções ao protesto entre os dias 16 e 22 de agosto. No mesmo período, as referências à liberdade eram pouco mais da metade (51%). No final do mês, as pautas de ataque ao STF caíram para 21%, enquanto as pró-liberdade bateram 63%.
A mudança nos assuntos relacionados aos protestos pró-Bolsonaro se deu em meio à apresentação, pelo presidente, do pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, em 20 de agosto. A tensão entre os Poderes já havia escalado desde o dia 14 de agosto, quando Bolsonaro anunciou que entraria com o processo. O presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) rejeitou o pedido em 25 de agosto.
Outros assuntos relacionados à manifestação foram mais relevantes entre o final de julho e começo de agosto. É o caso da defesa do voto impresso, que teve 67% das menções na 4ª semana de julho, mas que nos últimos dias de agosto respondia por 8%. Combate ao comunismo e publicações contrárias ao ex-presidente Lula são outros temas que aparecem relacionados ao ato de 7 de Setembro, em menor volume.
O volume de menções aos atos teve um pico de 712.772 durante a 3ª semana de agosto. Na semana final de agosto (até o dia 26), o volume era de 618.073.
São Paulo lidera com a maior proporção: 32% das menções. É seguido por Rio de Janeiro (18%), Minas Gerais (9%), e Rio Grande do Sul (6%).
A hashtag mais usada no período analisado foi a #dia07vaisergigante, com 446.360 menções. Na sequência vem uma que indica que o Supremo “rompeu” a democracia: #stfrompeuademocracia, com 27.802 menções.
O presidente Bolsonaro disse que participará das manifestações em Brasília e São Paulo. Na data comemora-se o Dia da independência. O chefe do Executivo convocou ministros de seu governo para participar, e disse que os atos pedirão por “liberdade” e “democracia”.
O presidente também fez aceno aos policiais militares –que, como mostrou o Poder360, organizam-se para participar dos protestos. Em São Paulo, a Corregedoria da Polícia Militar determinou que todos os policiais –incluindo os de folga e da área administrativa –deverão trabalhar durante os atos pró-Bolsonaro previstos para o feriado de 7 de Setembro. A medida para “reforçar o patrulhamento disciplinar” e impedir a presença ilegal de militares na Avenida Paulista, foi anunciada na 6ª feira (27.ago.2021) ao Ministério Público de São Paulo.
Poder 360
Fonte: Blog do Gustavo Negreiros