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Tom Brenner/4.fev.25/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (4) que seu país assumirá o governo da Faixa de Gaza após o fim da guerra entre Israel e o Hamas. “Assumiremos o controle. Será nossa”, disse Trump em entrevista coletiva ao lado do premiê Binyamin Netanyahu.

A fala subverte décadas de relacionamento diplomático entre Washington e Tel Aviv e parece ter pego o israelense de surpresa. Primeiro, ele elogiou o americano, chamando-o de “o maior amigo que Israel jamais teve na Casa Branca”. Depois desconversou e disse que “vê um futuro diferente para Gaza”. “[Trump] tem uma ideia diferente, mas é uma ideia que pode mudar a história, e vale prestar atenção nela”.

O americano disse ter estudado a ideia por muito tempo, embora até aqui não tivesse falado publicamente sobre o tema. Segundo ele, “muitas pessoas gostam da ideia de que os EUA ocupem aquele pedaço de terra e criem empregos” em Gaza, que se tornaria, em suas palavras, a “Riviera do Oriente Médio”.

Não está claro o que exatamente Washington planeja. Trump diz que a ideia inclui pessoas de vários países morando em Gaza, “incluindo palestinos”.

“As pessoas que moram lá hoje poderiam viver em paz, porque hoje elas vivem no inferno. E tenho a impressão de que, embora hoje digam que não, [Jordânia e Egito] vão abrir seus corações.”

O presidente se referia às reações dos países citados por ele ao propor, uma “limpeza da coisa toda” —eufemismo do plano de deslocamento forçado dos palestinos que ele defendeu na semana passada. Jordânia e Egito, que na visão de Trump deveriam absorver a população de Gaza, condenaram a proposta, bem como lideranças de outros países e ONGs de defesa de direitos humanos.

O posicionamento, no entanto, parece não ter alterado os planos do presidente americano. Mais cedo nesta terça, ele disse que os palestinos não têm alternativa além de deixar a Faixa de Gaza. A afirmação, se considerada em conjunto com o objetivo anunciado de assumir o controle do território, indica que Trump vê os EUA como os agentes de uma operação concreta na região.

“Não sei como eles poderiam querer ficar. O que eles têm lá? É uma pilha de escombros”, disse. “Isso não é para Israel, é para todos, para os muçulmanos, os árabes. Não pode funcionar de outra maneira. Não dá para continuar cometendo os mesmos erros de novo e novo. Gaza é um buraco hoje, e isso precisa mudar.”

“Se pudéssemos encontrar o local certo, ou os locais certos, e construir alguns lugares realmente agradáveis com bastante dinheiro, com certeza seria melhor. Acho que isso seria muito melhor do que voltar para Gaza”, disse o presidente dos EUA.

Trump também defendeu que a Faixa de Gaza não deveria ser reconstruída e falou ao menos três vezes nesta terça, em ocasiões distintas, sobre a necessidade de construir espaços em outros locais para onde essa população deveria se mudar, indicando pensar nesta como uma solução definitiva —”que possamos fazer algo onde eles não queiram voltar”.

Depois, levantou a hipótese de que nações mais ricas possam arcar com a construção de comunidades alternativas para receber os palestinos.

A reunião de Trump com Netanyahu foi a primeira visita de um líder estrangeiro à Casa Branca desde que tomou posse, em 20 de janeiro. O encontro foi costurado para demonstrar a aliança entre os países.

Esta foi uma das raras viagens do israelense ao exterior desde que virou alvo de um mandado de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional) por sua condução da guerra em Gaza —como os EUA não fazem parte do tratado que regula o órgão jurídico, Netanyahu nada tinha a temer ao visitar o principal aliado militar e diplomático.

Enquanto os líderes se reuniam dento da Casa Branca, do lado de fora, manifestantes protestavam. A chegada de Netanyahu ao local foi acompanhada por ativistas tanto pró-Israel quanto pró-Palestina. No início da noite, os arredores foram tomados por dezenas de pessoas que entoavam gritos com críticas ao primeiro-ministro israelense, inclusive pedindo a ele que desse água ao povo de Gaza.

No encontro, segundo Trump, os dois debateriam a implementação da segunda das três fases do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Hamas e Israel, prevista para março. Discutiriam ainda a fragilidade do trato e meios para evitar que o Irã avance na construção de uma bomba nuclear.

O pacto no Oriente Médio foi costurado durante a gestão do antecessor, o democrata Joe Biden. Assessores do republicano já fizeram críticas aos termos do acordo, apesar de Trump ter tentado tomar o crédito pela assinatura do cessar-fogo.

O acordo foi firmado cinco dias antes da posse de Trump, que atribuiu o sucesso da negociação à sua vitória eleitoral e aos esforços do seu enviado para o Oriente Médio.

Nesta terça, antes da reunião com Netanyahu, Trump assinou dois decretos com impacto na região. Ele manteve a suspensão do financiamento dos EUA para a agência de refugiados palestinos da ONU, UNRWA, e retirou seu país do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

A primeira fase do acordo costurado entre Israel e Hamas tinha previsão de durar seis semanas. O Hamas concordou em libertar 33 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres, crianças e homens acima de 50 anos. Israel diz que ainda há 98 reféns sendo mantidos em Gaza. Desse total, 94 foram sequestrados no 7 de Outubro e 4 estão na faixa desde 2014.

Em contrapartida, o governo de Israel pode libertar até 1.904 palestinos detidos em suas prisões, sendo que 737 deles foram acusados ou condenados por ameaças à segurança nacional israelense. O número total em qualquer uma das fases vai depender do ritmo de devolução dos reféns —nesta primeira etapa, cada sequestrado será trocado por, em média, 19 prisioneiros.

No sábado (1º), mais três reféns foram libertados pelo Hamas em troca de dezenas de prisioneiros palestinos, na mais recente etapa de um cessar-fogo que tenta encerrar a guerra de 15 meses no Oriente Médio.

Nesta terça, Trump e Netanyahu também discutiriam os Acordos de Abraão, pactos firmados com mediação de Washington no primeiro mandato do republicano, em 2020, que normalizou as relações entre alguns países árabes e Israel.

Na ocasião, Emirados Árabes Unidos e Bahrein assinaram o texto, juntando-se a Egito e Jordânia como nações árabes que reconhecem Israel como Estado. A Arábia Saudita estava em processo de negociação quando o conflito em Gaza estourou.

Nesta terça, após a fala de Trump, a monarquia saudita emitiu um comunicado dizendo que não concordará com qualquer normalização diplomática com Israel sem que haja o estabelecimento de um Estado palestino.

Folha de são Paulo

Trump mandou fechar a Usaid, que dizem ser responsável por muita ajuda humanitária no mundo, mas que faz o uso político. Muitas partes dessa ajuda dos EUA serviam para fazer política paralela ao que pensa Trump e os Estados Unidos. Trump foi eleito pelos americanos para os americanos e ele não vai recuar no seu pensamento. Trump não vai deixar que a esquerda use do subterfugio humanitário para promover suas politicagens.

Esse texto foi copiado do Blog do Gustavo Negreiros. Para ter acesso completo a matéria acesse gustavonegreiros.com.br

O presidente da Argentina, Javier Milei, classificou como lamentável a decisão do ministro Alexandre de Moraes que impediu o ex-presidente Jair Bolsonaro de comparecer à posse de Donald Trump nos Estados Unidos. Milei também considerou a medida uma censura à liberdade de movimento.

Questionado pela CNN Brasil sobre a ausência de Bolsonaro, Milei afirmou: “Acho lamentável que a liberdade de movimento tenha sido censurada.”

Milei esteve presente na posse do presidente dos EUA na última segunda-feira (2). Já o ex-presidente do Brasil não foi autorizado a comparecer ao evento, pois está com seu passaporte apreendido por decisão do Ministro do STF.

O ex-presidente Barack Obama e a ex-primeira-dama Michelle se tornaram alvo de especulações sobre uma possível separação após a ausência de Michelle em eventos como o funeral de Jimmy Carter e a posse de Donald Trump. Rumores ganharam força sugerindo envolvimento de Barack com a atriz Jennifer Aniston.

A jornalista Jessica Reed Kraus, em sua coluna no Substack, compartilhou uma mensagem de fonte afirmando que o ex-presidente e a atriz teriam iniciado um romance e que o divórcio do casal Obama deve ser anunciado em breve. Parte da mensagem compartilhada dizia que Obama e Jennifer “definitivamente não é um segredo entre seus amigos mais próximos”.

No entanto, Jennifer Aniston desmentiu os boatos em entrevista ao “Jimmy Kimmel Live”, afirmando que a história era falsa e que sua relação com Barack era distante. “Isso é absolutamente falso. Não há nada verdadeiro nisso. Eu me encontrei com ele [Barack Obama] uma vez”, declarou a atriz.

Michelle, por sua vez, justificou suas ausências por conflitos de agenda e decisões pessoais, incluindo férias no Havaí durante o funeral e uma escolha pessoal de não comparecer à posse de Trump. Apesar das especulações, o casal Obama continua a demonstrar publicamente uma relação sólida.

A Câmara dos Estados Unidos aprovou na 3ª feira (14.jan.2025) um projeto que bane pessoas transgênero de competições femininas. A medida, apoiada por deputados do Partido Republicano, é válida para torneios escolares e cita punições para colégios.

O projeto, chamado de “Ato Esportivo para Proteção de Mulheres e Meninas de 2025”, estipula que, para inscrição em competições esportivas, o sexo deve ser reconhecido “unicamente a partir dos órgão reprodutivos biológicos da pessoa no nascimento”. Também prevê punição a casos de financiamento federal, como bolsas escolares, a “homens que participarem de competições destinadas a mulheres”.

O texto pontua que não existe nenhuma proibição para que homens treinem em programas esportivos destinados a estudantes mulheres, desde que isso não faça com que elas percam seu lugar no time ou deixem de receber bolsas ou financiamento escolar, ou que impeça estudantes mulheres de serem admitidas em instituições acadêmicas, além de qualquer benefício que envolva a participação em projetos de esportes.

O projeto ordena que a Controladoria Geral dos Estados Unidos conduza um estudo para observar os benefícios para mulheres e meninas em participarem de esportes individuais que seriam perdidos ao permitirem o envolvimento de atletas homens.

“O estudo deve observar o resultados adversos para meninas psicologicamente, ao seu desenvolvimento, sua participação e sociologicamente ao permitirem que homens compitam em torneios femininos, incluindo o isolamento e o desencorajamento da participação esportiva”, diz o texto do projeto.

De acordo com a CNN dos EUA, políticos republicanos argumentam que mulheres trans obtém vantagem física sobre mulheres cisgênero, o que resultaria na limitação de oportunidades em competições.

Os democratas, por outro lado, ainda conforme a CNN, dizem que essas medidas aumentam a discriminação que pessoas transgênero sofrem, especialmente entre jovens. Argumentam que o Partido Republicano quer ditar os direitos dos estudantes da comunidade LGBTQIA+ ao aprovar o projeto.

A CNN informou que, dos 218 votos a favor da aprovação do projeto (206 foram contra), 2 foram de deputados do Partido Democrata. Vicente Gonzalez e Henry Cuellar, ambos do Texas, Estado tradicionalmente republicano, foram favoráveis à medida. Outro deputado democrata, Don Davis, da Carolina do Norte, se absteve.

A medida, como explicou a emissora, já havia sido aprovada na Câmara em abril de 2023, mas não teve o aval do Senado, que possuía, à época, maioria democrata. Agora, com a eleição de Donald Trump (Partido Republicano) e um Senado dominado por republicanos, a expectativa do partido é que o projeto seja aprovado. Mas, ainda assim, seria necessário angariar apoio de alguns congressistas democratas.

LEVANTAMENTO

Um levantamento do centro de pesquisa Movement Advancement Project de setembro de 2024 mostrou que 26 Estados dos EUA adotaram políticas que impedem estudantes transgêneros de competir em esportes de acordo com sua identidade de gênero.

A pesquisa “Equality Maps: Bans on Transgender Youth Participation in Sports” (Mapas da Igualdade: Proibições à Participação de Jovens Transgêneros em Esportes, em português) analisa os critérios que os Estados utilizam para determinar o sexo ou gênero dos estudantes. O estudo destaca a falta de uniformidade nas abordagens e a ênfase em características biológicas, frequentemente utilizando certidões de nascimento como prova. Leia a íntegra (PDF – 446 kB, em inglês).

O Alasca é o único Estado com uma regulamentação que proíbe alunos transgêneros de participar de esportes de acordo com sua identidade de gênero, conforme decidido pelo Conselho Estadual de Educação. Como essa regulamentação não é uma lei estadual, a responsabilidade sobre as decisões de elegibilidade recai principalmente sobre as escolas. O distrito de Matanuska-Susitna Borough, por exemplo, implementou uma política que impede mulheres trans e travestis de competirem em equipes femininas.

Nos outros 25 Estados, há legislações que barram a participação de jovens trans em competições escolares, abrangendo principalmente instituições de ensino fundamental e médio, mas muitas vezes se estendendo também ao ensino superior.

Poder 360

No dia da polêmica posse presidencial na Venezuela, em que só dois presidentes (Cuba e Nicarágua) compareceram, e contestada por quase todo o planeta, o governo americano aumentou a aposta contra o regime de Maduro.

A recompensa por ele, que era de cerca de R$ 90 milhões, subiu para R$ 150 milhões. Nicolás Maduro é acusado de corrupção e tráfico de drogas pelos EUA. Este é o valor mais alto permitido pela legislação norte-americana.

Além dele, o homem-forte do governo, Diosdado Cabello, ministro do Interior, Paz e Justiça também tem a cabeça a prêmio – o mesmo valor, R$ 150 milhões. Pelo Ministro da Defesa, Vladimir López, a recompensa é de cerca de R$ 90 milhões.

Essa é uma das baterias de sanções que os americanos têm tomado contra Maduro. Mais cedo, o secretário de Estado, Antony Blinken, disse que não reconhece o resultado do pleito presidencial, e que os EUA consideram Edmundo González como presidente eleito.

A eleição é contestada mundialmente após Maduro se recusar a apresentar às atas do Tribunal Superior Eleitoral do país, que está sob comando do regime chavista. O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, também se manifestou a favor de Edmundo González.

Maduro, mais isolado do que nunca, não comentou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu o convite do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para ir à posse dele neste mês.

A defesa de Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a liberação do passaporte do ex-presidente que está retido na Polícia Federal desde o ano passado.

Nos bastidores, aliados de Jair Bolsonaro falam que, se houver a negativa do ministro Alexandre de Moraes ao liberar o passaporte, pode haver uma escalada de uma crise diplomática entre o Supremo Tribunal Federal e o governo de Donald Trump.

Em abril de 2024, o STF incluiu o nome do empresário Elon Musk, dono da plataforma X, no inquérito das milícias digitais. Trump anunciou em novembro que empresário irá liderar o Departamento de Eficiência do Governo Trump.

A posse de Donald Trump será dia 20 de janeiro.

Com informações da 98 FM

As empresas de verificação são a maior picaretagem que existe. A declaração de Zuckerberg, presidente da Meta (Facebook e Instagram), fica claro que existia tribunais secretos na América Latina. Quando ele fala sobre isso ele se refere a decisões não oficiais dessas empresas de verificação e de como a censura pode ter atingido os países latinos. O Brasil é um dos principais usuários das redes sociais da Meta e não tenha dúvida: a declaração de Zuckerberg está diretamente relacionada ao Brasil

Esse texto foi copiado do Blog do Gustavo Negreiros. Para ter acesso completo a matéria acesse gustavonegreiros.com.br

Um avião que transportava 175 passageiros e 6 tripulantes saiu da pista, bateu contra um muro e explodiu no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, na noite deste sábado (28), já manhã de domingo no horário local.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, apenas duas pessoas sobreviveram. Todos os outros à bordo foram presumidos mortos pelos bombeiros.

A aeronave, um Boeing 737-800, decolou de Bancoc, na Tailândia, com destino a Muan. Na lista de passageiros do voo 2216 aparecem 173 pessoas de nacionalidade sul-coreana e dois tailandeses.

A Coreia do Sul cancelou todos os voos domésticos e internacionais que tinham como origem ou destino o terminal envolvido no acidente.

O acidente aconteceu às 9h07 no horário local (21h07 no horário de Brasília). Segundo a polícia e os bombeiros, o avião, operado pela companhia aérea Jeju Air, tentava pousar em Muan, localizado a 288 km de Seul.

Uma apuração preliminar indicou que o acidente foi causado por “contato com pássaros, o que resultou em uma falha no trem de pouso” enquanto o avião tentava aterrissar.

Em vídeo compartilhado pela imprensa sul-coreana, é possível ver a aeronave derrapando pela pista, aparentemente sem o trem de pouso acionado, antes de se chocar contra uma parede do terminal, o que resultou na explosão.

Equipes de emergência trabalhavam para resgatar passageiros pela cauda da aeronave, informou a Yonhap. Ainda segundo a agência, autoridades tinham conseguido apagar o incêndio. Também iniciaram uma investigação para determinar as causas do acidente.

Uma imagem mostra a parte traseira do avião em chamas no que parece ser a lateral da pista, com bombeiros e veículos de emergência próximos aos destroços da aeronave. Outras fotos mostraram fumaça e fogo em pedaços do avião.

O presidente em exercício da Coreia do Sul, Choi Sung-mok, exigiu que todos os esforços se concentrem no resgate às vítimas, informou seu gabinete. Choi foi nomeado líder interino do país em meio à crise política após o impeachment de Yoon Suk Yeol, que tentou dar um autogolpe no último dia 3.

Folha de São Paulo

Líder do grupo islâmico sírio (HTS), Abu Mohammed al-Jolani, que agora usa seu nome de batismo, Ahmed al-Sharaa, que liderou uma ofensiva rebelde relâmpago para tirar Damasco do controle do governo, discursa para uma multidão na Mesquita Omíada, em Damasco – Foto: AREF TAMMAWI/AFP

O líder rebelde Abu Mohammad al-Jolani, que comandou o levante contra a ditadura Bashar al-Assad na Síria, afirmou neste domingo (8) em um discurso na TV estatal do país que não há espaço para voltar atrás na deposição do regime, e que a da HTS (Organização para a Libertação do Levante, na sigla em árabe) está determinada a continuar a revolta que eles começaram em 2011, na Primavera Árabe.

Após conquistar a capital, Damasco, sem resistência do Exército do regime, Jolani, que passou a usar seu nome verdadeiro, Ahmed al-Sharaa, visitou a mesquita da Omíadas, a maior da capital e o quarto local mais sagrado do mundo para os muçulmanos, onde foi recebido por uma multidão que, em árabe, celebrava o momento aos gritos de “Deus é grande”.

Apesar de suas intenções ainda não estarem completamente claras, Sharaa é descrito por analistas como um extremista que, desde 2016, quando rompeu relações com a Al Qaeda, adotou uma postura mais moderada para alcançar seus objetivos.

Durante anos, o líder rebelde agiu nas sombras. Mas agora se posiciona sob os holofotes, dando entrevistas a veículos internacionais e deixando-se ver na segunda maior cidade da Síria, Aleppo, após tomá-la completamente do governo pela primeira vez desde a guerra civil, em 2011.

Com o passar dos anos, ele também parou de usar o turbante típico dos jihadistas e deu preferência à indumentária militar.

“É um radical pragmático. Em 2014, ele estava no auge de sua radicalização”, afirmou à AFP Thomas Pierret, especialista em política islâmica, em alusão ao período da guerra em que tentou rivalizar com o grupo extremista Estado Islâmico. “Desde então, moderou sua retórica.”

Nascido em 1982, Sharaa cresceu em Mezzeh, um distrito abastado da capital. Sua família era rica e ele foi um bom aluno.

Segundo o portal de notícias Middle East Eye, Sharaa começou a se sentir atraído pela retórica jihadista depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, quando começou a “assistir a sermões e debates clandestinos em subúrbios marginais de Damasco”.

Depois da invasão americana ao Iraque, o líder rebelde deixou a Síria para participar dos combates. Ali, uniu-se à Al Qaeda no Iraque, liderada por Abu Musab al Zarqawi, e passou cinco anos preso, o que o impediu de galgar posições na organização jihadista.

Em março de 2011, quando explodiu a revolta contra Bashar al-Assad, voltou para casa e fundou a Frente Al-Nusra, braço sírio da Al Qaeda.

Em 2013, negou-se a jurar fidelidade a Abu Bakr al Baghdadi, que se tornaria o emir do grupo Estado Islâmico, e favoreceu o líder da Al Qaeda, Ayman al Zawahiri.

Apesar do aparente sucesso do levante liderado por Sharaa, o futuro da Síria sob seu comando é incerto. A HTS não é um grupo homogêneo, mas uma coalizão de cinco milícias principais e seis secundárias, que têm desavenças entre si. A cidade de Daraa, simbólica por ter sido o berço da revolta síria em meio à Primavera Árabe, foi tomada por um grupo que só se juntou aos enfrentamentos contra o regime na sexta-feira, por exemplo.

Além disso, o nordeste da Síria hoje é controlado por um outro grupo, associado aos curdos, uma minoria étnica com um longo histórico de inimizades com a Turquia —que, por sua vez, apoiou o levante da HTS. Recep Tayyip Erdogan acusa a facção de ser ligada ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), organização separatista que seu governo classifica de terrorista.

Folhapress com informações de Reuters e AFP

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