
Manifestantes que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendem a anistia aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023 ocupam quarteirões da Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste domingo (7).
Com o slogan “Reaja Brasil”, esta é a primeira manifestação desde a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro e marca o protagonismo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação política pela anistia no Congresso Nacional. Cotados para compor uma chapa presidencial, Tarcísio e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro eram os mais aguardados na Paulista.
Muitos manifestantes estavam vestidos com camisas verdes e amarelas e portam bandeiras do Brasil e de também de outros países, como Estados Unidos e Israel. Faixas e cartazes também atacam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgam Bolsonaro e outros sete réus nesta semana por tentativa de golpe de Estado.
O alvo principal, como de costume, é o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos na Corte que envolvem os bolsonaristas.
Em um dos discursos mais aguardados, o governador Tarcísio de Freitas criticou duramente o julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe no STF, pressinou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto de lei de uma “anistia ampla” aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023, e disse que o único candidato da direita é Bolsonaro.
“Qual o recado que vocês querem dar para Hugo Mota hoje?”, perguntou Tarcísio ao público. “Presidente de Casa nenhum pode conter a vontade da maioria do plenário. Então, Hugo Motta, paute a anistia. Deixa a Casa decidir. Tenho certeza que ele vai fazer isso”, disse Tarcísio, que assumiu a articulação pela anistia nas últimas semanas.
No palanque, Tarcísio criticou a delação do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, e, pela primeira vez, chamou o ministro Alexandre de Moraes de tirano. “Por que vocês estão gritando isso [fora, Moraes]? Talvez porque ninguém aguenta mais a tirania do ministro Moraes”.
“Nós não vamos aceitar a ditadura de um poder sobre o outro”, disse Tarcísio na Avenida Paulista. Em outras manifestações, o governador havia poupado o STF de críticas.
Segundo Tarcísio, não há provas contra Bolsonaro no julgamento por tentativa de golpe de Estado. Afilhado político do ex-presidente, o governador de São Paulo disse que o julgamento está “maculado” e que “a anistia tem que ser ampla”
“A gente não topa impunidade. Mas a gente não pode topar condenação sem provas. Ela abre uma ferida que nunca vai fechar”, disse Tarcísio. “Como vão condenar uma pessoa sem nenhuma prova?”, questionou Tarcísio.
Apesar de ser apontado como presidenciável, Tarcísio disse que “só existe um candidato para nós, que é Jair Messias Bolsonaro”. “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema?”, emendou o governador de São Paulo.
Com informações de Metrópoles