Vídeo:”Chacina de Santo Antônio em São Gonçalo do Amarante”, que deixou 14 mortos - Informativo Atitude

Vídeo:”Chacina de Santo Antônio em São Gonçalo do Amarante”, que deixou 14 mortos

De acordo com seu amigo Francisco de Assis Ramos dos Santos, de 27 anos, Genildo planejou o crime por um ano, e nos dias anteriores a chacina ele tinha examinado a área para um lugar ao qual ele queria atrair suas vítimas. Genildo também explicou seu plano para sua amante, Valdenice Ribeiro da Silva, de 16 anos, cerca de duas semanas antes da chacina, dizendo-lhe que dirigiria a cidade para matar todos os que lhe devessem alguma coisa, e que ele a levaria refém, para que ela pudesse contar o que aconteceu. Valdenice disse mais tarde que não contou a ninguém do plano, porque Genildo ameaçou matá-la, se contasse. De acordo com Valdenice, Genildo queria fugir para o distrito de Coqueiros após a chacina para assistir as repercussões de seus crimes na TV, dizendo: “Nós vamos ser famosos, vamos aparecer no país todo.” Ele também esperava ser entrevistado por Josimar Gomes da Silva, apresentador de um programa chamado “Patrulha Policial” que era exibido na TV Ponta Negra, onde ele queria explicar que ele não era gay.

Genildo tinha uma lista de cerca de 20 pessoas que queria matar, tais porque lhe devessem dinheiro, ou por espalharem rumores de que ele seria homossexual. Durante a chacina ele usava um colete de camuflagem e estava armado com uma pistola semi-automática com dois carregadores com capacidade de 15 balas, bem como um revólver calibre 38 com um silenciador, ambos fabricados pela Taurus, e tinha com ele cinco caixas de munição com um total de 250 balas, uma faca de caça e uma bolsa de nylon. Durante cinco dos assassinatos, Genildo foi ajudado por Francisco de Assis Ramos, que estava segurando as mãos de suas vítimas nas costas.

Dia 21

No dia 21 de maio entre às 16:00 e 18:00 em São Gonçalo do Amarante, o primeiro a ser morto foi o motorista de táxi Francisco Marques Carneiro, que estava namorando a sua ex-mulher e fez comentários sobre a sua homossexualidade, com um tiro na testa. Depois de por o corpo de Francisco no porta-malas do seu Fiat Palio, Genildo dirigiu-se para o seu amigo Francisco de Assis Ramos dos Santos, onde chegou às 18h, convidando ele, e pegou Valdenice Ribeiro da Silva para se juntar a ele para um passeio. Questionados após os assassinatos e por que ajudaram Genildo e não aproveitaram uma de suas múltiplas oportunidades para fugir, Francisco Ramos e Valdenice relataram que foram intimidados pelo atirador, que ameaçou matá-los e a suas famílias se tentassem escapar.

Juntos eles foram até a casa de Elias dos Anjos Pimenta, chegando lá por volta das 19:30. Depois que Elias Pimenta, que devia R$10 a Genildo, juntou-se ao trio de Genildo eles dirigiram-se até a casa do seu sogro, Baltazar Jorge de Sá, a quem eles pediram para ajudar com a entrega de uma vaca. Em um bosque, Genildo ordenou que seu sogro e Elias Pimenta se ajoelhassem, e os matou.

Genildo e seus dois companheiros dirigiram-se para a casa de Manoel Brito Marcolino, um fazendeiro com quem Genildo anteriormente havia discutido, exigindo que Marcolino parasse de espalhar rumores sobre sua masculinidade. Eles chegaram lá aproximadamente às 20:30 e pediu-lhe para ajudá-los a comprar uma espingarda. João Maria Silva de Lima, que estava visitando Marcolino, se ofereceu para se juntar a eles. Genildo eventualmente matou os dois por espalharem rumores de que ele era homossexual.

O trio então se dirigiu de volta para Santo Antônio do Potengi e as 21h eles convidaram Edilson Carlos do Nascimento a uma festa.

Depois de atirar em Edilson Carlos, Genildo teria gritado “Quero ver agora você dizer por aí que me comeu.”Os corpos de Manoel Marcolino, João Maria de Lima, e Edilson Carlos Nascimento foram encontrados mais tarde junto em um matagal perto de Guajiru, uma aldeia a 2 km de Santo Antônio do Potengi, todos eles mortos com tiros na cabeça e peito. De acordo com Francisco Ramos e Valdenice da Silva, Genildo ria freneticamente ao matá-los, e pedia perdão a Deus depois.

Por volta de 21:30 Genildo deixou Francisco Ramos na cidade, enquanto ele, junto com Valdenice Silva, se dirigia para sua própria casa, onde ele chegou entre 21:30 e 23:00. Lá ele se aproximou de sua esposa, Mônica, que estava conversando com seu irmão Erasmo Fidelis de Sá, e atirou nela quatro vezes, atingindo-a três vezes. Genildo disse para Erasmo de Sá para sair, já que ele nada tinha contra ele. E então escreveu uma carta a Valdenice da Silva, que ele deixou com o corpo de sua esposa. Depois, o casal tomou Mateus, filho de Genildo, de 8 meses, e trouxe-o para sua prima Maria dos Anjos F. de Souza, dizendo-lhe que sua esposa estava doente.

Durante a noite Genildo foi dito ter procurado por William Duarte Nobre Junior, vindo a sua casa três vezes, mas devido a uma quebra de seu caminhão, William Nobre não voltou para casa naquela noite. Ele também visitou vários membros de sua família para dizer adeus, e contou para a sua irmã mais nova, Hosana, que ele estava em uma missão.

Dia 22

Dor e trauma sobrevivem à “Chacina de Barreiros” – Tribuna do Norte

No dia seguinte, por volta das 6 horas, o trio chegou à casa dos pais de Genildo, José Ferreira e Maria do Carmo. Genildo os levou para o quintal de sua casa, apontou suas armas para eles e os ameaçou de morte. Então o seu irmão Genilson perguntou por que Genildo queria matar seus pais, e ele respondeu que não queria que sua família sofresse pelo que estava fazendo, mas antes que pudesse pôr em prática suas intenções, o sargento da polícia militar Francisco de Assis Bezerra e o soldado Ilton de Lima Ciríaco, que estava à procura do atirador, chegou à cena. Genildo disparou contra eles, atingindo fatalmente Bezerra duas vezes na cabeça e ferindo Ciríaco no ombro.

Genildo, abandonou seu plano de matar seus pais, voltou para a casa de seu sogro, onde ele e Valdenice da Silva chegaram às 6:30, para procurar as duas filhas de Erasmo de Sá, que já estavam na escola naquele horário. Depois de matar sua sogra Tereza Carlos Ribeiro, Genildo dirigiu para a casa de sua ex-esposa Maria Valdete Rafael da Costa, apenas 200m de distância, e matou ela, e também a mãe dela, Francisca Neide Rafael da Costa, quando ela tentou ajudá-la. Ele então levou sua filha de cinco anos Nayara (ou Gislaine de acordo com outras fontes) e caminhou de volta para sua própria casa, deixando o carro para trás.

Genildo e Valdenice da Silva chegaram a seu destino às 6h45, e enquanto procuravam no bairro um homem chamado Aruanã, que Genildo também suspeitava de espalhar rumores sobre sua alegada homossexualidade, eles encontraram o seu vizinho Flávio Silva de Oliveira, que era um mudo e estava dormindo. Genildo matou Flávio de Oliveira, supostamente por ter feito gestos de mão indicando que Genildo tinha uma preferência sexual por homens, e mais tarde matou o motorista de caminhão Fernando Correia de Souza na frente da casa.

Criança que estava de refém resgatada, após Genildo tira a própria vida

Às 7:30, Antônio Josemberg Campelo, um mensageiro de Telern que já havia testemunhado o assassinato do sargento Bezerra e também ficou com dúvidas sobre a sexualidade de Genildo, foi morto por Genildo na rua com sete tiros. Durante isso, Genildo era perseguido por cerca de 120 policiais, que se aproximavam cada vez mais dele. Ele escapou da polícia escondendo-se em escolas e em várias casas, cujos habitantes ele ameaçou de morte, até às 12:10, ele finalmente foi cercado em uma plantação de banana perto de uma fábrica de cerâmica a apenas 2 km de sua casa. Depois de deixar Valdenice da Silva e sua filha irem, Genildo disparou contra o seu próprio peito com seu revólver e se envolveu em um tiroteio com a polícia (que havia destacado 250 agentes em sua perseguição), até que finalmente morreu de seu auto-infligido disparo. A polícia depois atirou em sua cabeça até que ficasse irreconhecível. Além de suas armas ele ainda tinha 104 cartuchos de munição não usada e uma faca em sua posse.

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