março 29, 2024

O vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, divulgou nesta terça-feira (22) que especialistas em leitura labial identificaram que o jogador Índio Ramírez, do Bahia, proferiu uma injúria racial a Bruno Henrique, do Flamengo. Ambos tiveram uma discussão logo depois que Gerson, do Flamengo, acusou Ramírez de lhe dizer “cala a boca, negro”.

Os profissionais que analisaram os vídeos são do Instituto de Educação de Surdos (Ines). O Flamengo encaminhará o laudo ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e à polícia. A gravação que mostra o bate-boca entre os atletas viralizou nas redes sociais nesta terça-feira.

“O Flamengo encomendou a especialistas do INES – INSTITUTO DE EDUCACAO DE SURDOS, uma leitura labial da situação do Ramirez com o Bruno Henrique momentos antes do que se passou com o Gerson. A prova revelou que teria havido a ofensa, vamos apresentar ao STJD e entregar à polícia”, disse Dunshee no Twitter.

Luis Felipe Ramos Barroso, Felipe Oliver e Mikel Vidal, especialistas em leitura labial convidados pelo GloboEsporte.com, dizem que Ramírez diz a Bruno Henrique “está falando muito, seu negro”. Barroso diz ainda que Bruno Henrique também ofende Índio Ramírez, chamando-o de “gringo de merda”.

A assessoria de Bruno Henrique diz que ele não ouviu Ramírez chamá-lo de “negro”.

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, declarou que se as injúrias raciais forem comprovadas, o ocorrido será uma mancha na história do clube, que tem iniciativas de combate ao racismo.

A estratégia do clube carioca no caso foi verificar os registros de áudio da partida após a denúncia de Gerson no domingo. De acordo com o UOL Esporte, em nenhum é possível identificar a suposta ofensa de Ramírez a Gerson.

Na terça pela manhã, Gerson prestou depoimento sobre a suposta injúria que Ramírez cometeu contra ele. “Estou aqui na delegacia, vim falar sobre o ocorrido. Quero deixar bem claro que não vim aqui só para falar por mim, mas também para falar por minha filha, que é negra, meus sobrinhos, que são negros, meu pai, minha mãe, amigos também, e a todos os negros que têm no mundo. Sobre o fato que aconteceu, hoje, graças a Deus, tenho um status de jogador de futebol, onde tenho voz ativa para poder falar e dar força para outras pessoas que sofrem de racismo ou outro tipo de preconceito”, disse o meio-campista.

Fonte: Folha de São Paulo

Fonte: Portal Grande Ponto

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