Em depoimento ao Ministério Público Federal, o empresário Edson Torres confessou que, entre janeiro de 2019 e junho deste ano, aproximadamente R$ 50 milhões foram desviados da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro para pagamento de propina.
Em delação premiada, o ex-secretário da pasta Edmar Santos, afirmou que ficava com 30% da propina e que 20% era repassado a Wilson Witzel, que, apesar de ter uma participação menor, também recebia de todas as secretarias do governo.
Outros 20% eram repassados a Pastor Everaldo; 15% ficaram com o próprio Edson Torres; e 15% restantes eram para Victor Barroso, operador do esquema de corrupção. O dinheiro era recolhido das empresas contratadas por organizações sociais que geriam hospitais públicos.
Na denúncia apresentada hoje contra Witzel, por organização criminosa, o Ministério Público Federal narra que, ainda antes da eleição, Edson Torres pagou a ele R$ 180 mil em espécie, quando era juiz federal. Durante a campanha, foram entregues mais R$ 1,8 milhão.
“Em contrapartida aos gastos e esforços que o grupo liderado pelo PASTOR EVERALDO e pelo
empresário EDSON TORRES empreendeu para eleger WILSON WITZEL como Governador, o grupo recebeu posição privilegiada de controle sobre a pasta da saúde, que usou para arrecadar valores com empresas contratantes do Governo do Estado do Rio de Janeiro”, diz a denúncia.