Essa semana saiu uma condenação do ex-deputado Henrique Alves na justiça federal por montar um esquema para receber propina no ano de 2014. Veja como a lentidão da justiça transforma o malfeitor em vítima. Em 2014, Henrique era presidente da câmara, tinha assumido duas vezes a presidência da república, era o dono do todo-poderoso sistema Cabugi de Comunicações, mandava na política do RN, era governador de férias, rico, comprava cavalos, construía mansões, tomava microfone de aliados, conseguiu até que a então governadora Rosalba Ciarlini não tivesse o DEM para tentar a reeleição.
Na hora de sua condenação, 10 anos depois, Henrique vive no ostracismo, não tem o telefone atendido, tentou em 2022 voltar a Câmara Federal e sofreu uma humilhação. Idealizou o primo Carlos como prefeito de Natal e foi atropelado. Perdeu a Tribuna, tem apenas 12%. Passa por uma guerra de ações na InterPT Cabugi, não recebe mais um tostão de lá. Nesses anos acumulou derrotas e vergonhas. Não é mais aquele Henrique de 2014, de tão pequeno ficou, até a condenação por algo que provavelmente fez, acaba desproporcional. Henrique se livrou da parte penal e essa condenação é cível, por improbidade. Mas mesmo assim, de tão demorada, até pela a realidade atual já passou do tempo.
O único porém é que Henrique não aprende, ainda quer ser o centro das atenções, mas só consegue com esse tipo de notícia. Sinceramente torço que ele consiga se livrar disso, mesmo sabendo e acreditando em todos os fatos da sentença judicial. A pior condenação de Henrique foram os fatos que sucederam em sua vida.
Gustavo Negreiros