novembro, 2022 - Informativo Atitude - Page 2

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Foto: Divulgação / PCES

Dono das duas armas utilizadas nos ataques a duas escolas em Aracruz (ES), que deixaram 4 mortos e 12 feridos, na manhã da última sexta-feira (25), o pai do atirador, que é policial militar e terá a identidade preservada, narrou, em entrevista ao jornal Estadão, que o filho não demonstrou nenhum tipo de emoção após ter cometido os atentados.

Ele pediu desculpas a cada uma das famílias das vítimas e disse que deverá ser punido por omissão de cautela em relação às pistolas às quais o filho conseguiu ter acesso. Ele chegou a ligar preocupado para o adolescente, de 16 anos, quando soube através de um grupo de WhatsApp sobre o que havia acontecido. Àquela altura, não fazia ideia de que ele era o autor dos disparos.

– Meu mais profundo sentimento de pesar. Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho, um filho criado com todo amor e carinho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer esse atentado. Se eu pudesse, pediria para cada família o perdão para meu filho, apesar de saber que diante de tamanha dor isso é algo impossível. Gostaria de poder pedir o perdão e dar minha explicação para cada parente das vítimas, mesmo que fosse em vão – disse o homem.

Questionado sobre o estado emocional que o filho estava quando atendeu a ligação, ele respondeu que “com toda a tranquilidade na voz. Sem demonstrar qualquer emoção”.

O homem diz que deve ser punido por, de alguma forma, o filho ter conseguido acesso a suas armas. Há uma investigação interna correndo na corregedoria da Polícia Militar. Enquanto isso, ele está afastado das ruas e cumpre “funções administrativas” na corporação, segundo o próprio comando informou nesta segunda-feira, em entrevista coletiva.

– Eu já tenho noção que vou responder por omissão de cautela, que é o crime quando você se omite dos cuidados da arma sob sua cautela e alguém utiliza de forma indevida. Foi o que aconteceu com a arma da corporação que estava comigo. Eu sei que vou responder, mas é como te falei: não quero nenhum tipo de impunidade. Foi um erro meu, que eu responda. Não quero livrar nem minha cara não. Vou ser punido, sim. Não vou ficar inventando defesa mirabolante com advogado não. Assim como quero que meu filho seja punido dentro dos rigores da lei – disse ao Estadão.

O Globo com informações de Estadão

Um grave acidente foi registrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Km 3 da BR 226, entre os bairros de Felipe Camarão e Guarapes, na Zona Oeste de Natal, na noite desta segunda-feira (28). Um casal que estava em uma motocicleta, sentido Natal/Macaíba, perdeu o controle do veículo em uma curva, invadiu a pista contrária e colidiu frontalmente com um Fiat uno.

Equipes do Samu fizeram o atendimento do condutor da motocicleta, identificado como Francisco Nunes da Silva, 55 anos, que estava em estado grave e apresentava fraturas expostas, porém ele não resistiu e morreu durante os procedimentos na ambulância de suporte avançado ainda no local.

A esposa de Francisco foi transferida para o Hospital Walfredo Gurgel, acompanhada de um dos filhos.

Neste momento muitas pessoas fazem correntes de oração nas redes sociais pela saúde de mãe de Felipe que deu entrada no Hospital com um quadro que espira cuidados.

Com Informações do Macaibei

O ministro Nunes Marques, do STF, foi sorteado para relatar a representação criminal de Jair Bolsonaro contra Lula e Gleisi Hoffmann por supostos crimes contra a honra. Na ação, o atual presidente alega ter sido chamado de “genocida”, “miliciano”, “assassino”, “demônio” e “canibal” durante a campanha eleitoral.

Bolsonaro diz que os petistas usaram comícios e propagandas oficiais para “ofender sua reputação” e “macular sua honra”.

O pedido de investigação foi enviado por Bolsonaro ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e encaminhado à PF.

A Polícia Federal entendeu que uma eventual investigação precisa ser submetida ao STF, já que Gleisi Hoffmann é deputada federal e tem direito a foro por prerrogativa de função.

O Antagonista

Fonte: Blog do Gustavo Negreiros

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu um homem que havia sido condenado por tráfico de drogas com base em provas obtidas por policial que se passou por ele ao atender seu celular durante a abordagem.

O colegiado entendeu que houve violação do sigilo das comunicações telefônicas e que o autor da ligação – corréu no processo – foi induzido em erro para que se configurasse a prisão em flagrante.

O caso aconteceu em rodovia de Vitória, quando policiais rodoviários deram ordem de parada ao réu, mas nada de ilícito foi encontrado em seu veículo. Desconfiados de que ele seria um batedor do tráfico, os agentes o levaram ao interior da base, momento em que seu celular tocou.

Um dos policiais atendeu a ligação, passando-se pelo dono do aparelho. Do outro lado da linha estava o corréu, que dirigia o carro com drogas e pretendia saber se era seguro prosseguir. Ainda fingindo, o policial respondeu afirmativamente e, em seguida, determinou a abordagem do veículo.

Condenado, o réu teve a apelação negada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), que rechaçou a possível nulidade das provas apontada pela defesa.

Para a corte estadual, o procedimento do policial foi o meio encontrado para garantir o interesse público em detrimento do direito individual à intimidade.

A decisão o STJ ainda apontou que seria aplicável ao caso a teoria da descoberta inevitável, tendo em vista que o curso natural dos acontecimentos levaria, de qualquer modo, à apreensão das drogas.

Em habeas corpus requerido ao STJ, a defesa alegou coação ilegal e pediu a absolvição do réu com base na ilicitude das provas colhidas na abordagem e das provas derivadas.

Provas ‘ilícitas’

Segundo o relator, ministro Rogerio Schietti Cruz, a conduta do policial foi “ilícita”, pois não havia prisão em flagrante no momento do telefonema, uma vez que nada de ilegal tinha sido encontrado até então:

 “Não havia justificativa idônea nem mesmo para apreender o celular do réu, muito menos para o militar atender a ligação e, pior, passar-se por ele de forma ardilosa para induzir o corréu em erro”, afirmou.

O ministro lembrou que a quebra do sigilo de comunicações telefônicas deve ser amparada nas hipóteses previstas na lei 9.296/96. Como elas não se aplicam ao caso, o policial teria realizado – nas palavras de Schietti – uma espécie sui generis de “interceptação telefônica ativa”, circunstância que comprometeu as provas obtidas por esse meio e as que delas derivaram.

Em apoio às suas conclusões, o relator citou precedente do STJ que reconheceu a ilicitude de provas obtidas diretamente por autoridade policial ao atender o celular de suspeito e conversar com seu interlocutor.

Neymar é desfalque no time de Tite para o duelo do Brasil com a Suiça desta segunda-feira. A comissão técnica, inclusive, decidiu que o atacante ficará no hotel da seleção e não irá para o Estádio 974 acompanhar o jogo. Danilo, também lesionado, acompanhará a delegação na arena. Porém, um sósia do atacante da seleção chamou a atenção nas ruas de Doha, com uma rede de televisão dos Estados Unidos acreditando que se tratava do atleta.

Vestindo camisa e calção da seleção brasileira, além de um boné e óculos de sol, o sósia foi cercado por diversos torcedores e fãs que queriam uma foto com o “ídolo”. O sósia foi bastante assediado nas ruas e a cena acabou sendo registrada pelo canal americano Fox Soccer, que escreveu em sua conta oficial no Twitter com a seguinte legenda: “Neymar é flagrado andando por Doha”.

A postagem recebeu diversos comentários de seguidores apontando o erro do canal e explicando que se tratava de um sósia, e não do camisa 10 do Brasil e do Paris Saint-Germain. O canal, contudo, não apagou o conteúdo e fez uma nova postagem afirmando que “Neymar tem um sósia muito convincente”, levando a gafe com bom humor.

Neymar sofreu uma entorse no tornozelo direito na estreia do Brasil na Copa do Mundo, quando os comandados de Tite venceram a Sérvia por 2 a 0. Mesmo contundido, o atacante seguiu em campo por mais 11 minutos e participou do segundo gol de Richarlison.

Com informações do Estadão

O adolescente de 16 anos que invadiu duas escolas na cidade de Aracruz (ES), na última sexta-feira (25), e matou quatro pessoas, disse à polícia que planejava realizar os ataques desde 2020 por ter sido vítima de bullying.

As informações foram apresentadas nesta segunda-feira (28), durante coletiva de imprensa realizada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Saesp).

“O adolescente alegou que nunca tinha praticado qualquer ato infracional antes. Ele disse que teria sofrido bullying, com alguns apelidos, em 2019, e daí passou a ter ideias sobre um atentado. A partir de 2020, ele começou a se preparar e se planejar melhor para praticar essa ação, mas não chegou a contar para ninguém. Guardou pra si, alimentando esse sentimento de ódio dentro dele”, contou André Jaretta, delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz.

Jaretta diz que, conforme as investigações preliminares, é possível identificar que o atirador é um “simpatizante de ideias nazistas” e que, apesar de ter dito em depoimento que agiu sozinho no crime, a polícia investiga o envolvimento de outras pessoas.

Durante a coletiva, também foi revelado que o atirador era ex-aluno da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, onde o ataque ocorreu. No momento, o adolescente não estava estudando, pois havia parado de frequentar o colégio em junho deste ano, durante o primeiro ano do ensino médio.

Ainda segundo o delegado, o adolescente já planejava aproveitar um momento de ausência dos pais para pegar as armas e cometer o crime. O atirador confessou que, quando estava sozinho em casa, costumava manusear as armas do pai – um tenente da Polícia Militar – para criar intimidade com o equipamento.

“Os pais saíram de casa para fazer compras no Centro de Aracruz na sexta-feira (25). O adolescente sabia que isso levaria um tempo, então ele aproveitou para cometer o atentado. Vestiu uma roupa camuflada que já tinha há algum tempo, pegou alguns objetos, em especial as duas armas, pegou o outro carro da família, cobriu as placas e foi até as escolas”, revelou o delegado.

A polícia informou que o menor não possuía alvos específicos, escolhendo as vítimas de maneira aleatória, e que, após o massacre, retornou para casa e manteve frieza, só contando aos familiares que era o autor do atentado pouco antes da chegada dos policiais à residência.

“Ele volta para casa em Coqueiral, pega as armas, todos os objetos que usou na ação e até os que ele não utilizou, e guarda nos lugares, para que os pais não desconfiassem que ele tinha usado. Coloca tudo onde estava e fica no interior da casa como se nada tivesse acontecido. Os pais chegam e ele reage naturalmente. Os pais já sabiam do atentado, comentam com ele e ele se faz de desentendido”, disse o delegado João Francisco Filho.

Os pais disseram à polícia que o adolescente fazia acompanhamento regular com psicólogo e psiquiatra, tomava remédios, mas não se abria muito em casa. Eles serão ouvidos novamente nesta segunda-feira (28).

As autoridades afirmam que, apesar de ser uma situação sem precedentes e um cenário de guerra nunca antes imaginado, esse é um caso isolado.

“A polícia está atenta aos fatos e será rigorosa nas análises. Não seremos irresponsáveis e atuaremos dentro da legalidade”, afirmou André Jaretta.

O ataque deixou 4 pessoas mortas e 11 feridas. Cinco pessoas continuam internadas na rede estadual de saúde do Espírito Santo, sendo que três estão em estado grave.

O adolescente, que foi apreendido, responderá por ato infracional análogo aos crimes de 10 tentativas de homicídio qualificado e três homicídios qualificados, todos com impossibilidade de defesa da vítima.

CNN Brasil

A equipe de transição para o novo governo federal não tem mais espaço nem tempo para vacilar na articulação política. O financiamento das promessas de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está em risco após três semanas de trabalho sem avanços na tramitação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que garanta ao futuro governo dinheiro para custear o Bolsa Família de R$ 600, reajustar o salário mínimo e investir em obras de infraestrutura.

Após uma série de adiamentos impostos pela falta de acordo, a PEC da Transição precisa ser apresentada nesta semana para ter tempo hábil de tramitar em dois turnos no Senado e na Câmara. Se houver consenso, o Congresso já mostrou, em outros momentos, que consegue tramitar uma PEC em poucos dias, mas a equipe de Lula terminou a última semana longe de ter um plano que seja aceito pela maioria dos atuais congressistas e chega aos últimos dias de novembro emparedada pela necessidade de assegurar ao menos a manutenção do principal programa de transferência de renda do país em R$ 600 para as famílias beneficiadas.

Aliados e opositores avaliam que a equipe de Lula pecou por falta de habilidade política e, sobretudo, por uma ingenuidade que não cabe a políticos acostumados a ser tanto governo quanto oposição. Os lulistas acreditaram na possibilidade de fazer com que o Congresso atual – amplamente bolsonarista nos últimos dois anos – excluísse do teto de gastos, indefinidamente, as verbas para bancar não só o Bolsa Família, mas também outros programas sociais.

PRESSÃO

Os congressistas, incluindo os alinhados ao PT, negaram-se a conceder esse “cheque em branco”; agora, o futuro governo, cada vez mais pressionado, pode ser obrigado a começar sem verba para quase nada. A situação estressa os lulistas e provoca o início de uma caça às bruxas, pois as divergências já começaram a vir a público.

Na última semana, o senador Jaques Wagner (PT-BA), um dos agentes políticos da transição, disse a jornalistas que “falta um ministro da Fazenda” para destravar as negociações. Horas depois, a presidente nacional do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), discordou e afirmou à imprensa que “a articulação política se dá no Congresso, independe de quem é ministro” e que “falta articulação no Senado”.

AUSÊNCIA

Distante da transição, o presidente eleito também é apontado como um dos culpados por essa primeira crise. Inicialmente festejada, a ida de Lula ao Egito para a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP-27) tornou-se um problema, porque os líderes partidários começaram a reclamar da ausência, nas negociações, de um nome que pudesse fornecer garantias políticas que facilitassem um acordo. O problema foi agravado porque Lula passou por uma cirurgia na garganta ao voltar ao Brasil, o que implicou mais uma semana longe de Brasília.

O presidente eleito agora deverá permanecer durante toda a semana na capital, onde poderá liderar as discussões, adiantar o anúncio de nomes da equipe econômica do futuro governo e apressar acordos sobre o espaço que os aliados terão na nova administração. Apesar de ter iniciado cedo a negociação com partidos como MDB e União Brasil, o governo Lula ainda não tem maioria no novo Congresso e, a cada dia que passa, terá de lidar com um preço mais caro para contar com apoios.

Interessa aos parlamentares que tendem a aderir ao novo governo emparedar mais ainda a transição, como forma de garantir benesses. No ditado popular que faz muito sucesso na política, o plano é “criar dificuldades para vender facilidades”.

O QUE CADA LADO QUER

A equipe de transição de Lula pleiteia no Congresso um espaço fiscal de quase R$ 200 bilhões anuais fora do teto de gastos por ao menos quatro anos (o tempo do mandato) para cobrir o Bolsa Família e outros programas sociais.

Já os parlamentares dos partidos que podem compor a base do futuro governo tentam assegurar: a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara (o que já parece decidido); o compromisso da divisão de ministérios, presidências de órgãos públicos e cargos; e a manutenção de algum formato das chamadas emendas de relator, o orçamento secreto.

Embora estejam em posição vantajosa no momento, porém, os parlamentares precisam encontrar um tom que não emparede os lulistas totalmente, porque eles já trabalham com planos para garantir financiamento sem aprovar a PEC.

MP

Para gastar sem precisar da autorização do Congresso, os lulistas estudam combinar uma solução que vem do Judiciário e uma arma exclusiva do Executivo: a medida provisória (MP). Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo federal implemente, a partir de 2022, o pagamento de uma renda básica de cidadania para os brasileiros em situação de pobreza e extrema pobreza. Até agora, o Auxílio Brasil cumpre essa decisão, mas a redução do montante pago traria insegurança alimentar para os beneficiários.

O governo Lula, então, poderia editar uma MP, no primeiro dia de janeiro, com a justificativa de cumprir a decisão judicial. O Congresso teria de votar a MP nos meses seguintes, mas uma eventual rejeição responsabilizaria os parlamentares por tirar renda dos mais pobres.

Para Lula, porém, essa solução está longe do ideal, pois geraria um atrito com o Legislativo logo no início de seu governo, e a articulação lhe custaria mais ainda.

Presente em Brasília nesta semana, o presidente eleito tem a atribuição de corrigir os erros políticos cometidos até agora e salvar um governo que ainda nem começou.

Metrópoles

Foi puro acaso. No final de outubro, o publicitário Mateus Bandeira, de 28 anos, alugou um apartamento em Campinas para assistir a um show do cantor pop Jão. Ficaria por apenas uma noite. Ao chegar, lembrou de um tutorial que assistiu meses antes sobre como localizar câmeras escondidas em imóveis de plataformas de hospedagem e resolveu explorar, sem expectativa de encontrar uma. Com a lanterna do celular, jogou luz na superfície dos equipamentos eletrônicos, onde em tese poderiam estar camufladas. Quando mirou no relógio digital, na frente da cama do casal, achou uma câmera espiã.

— Minha primeira reação foi tirar da tomada e cobrir com uma toalha. A câmera tinha uma espécie de infravermelho na lente para filmar no escuro. Fiquei com a sensação de estar sendo espionado, de que o dono sabia que eu havia descoberto — conta.

O acaso ganhou o noticiário e se revelou uma prática disseminada na internet em que cresce um mercado clandestino de imagens íntimas. O GLOBO identificou chats no Telegram que cobram de R$ 10 a R$ 20 para dar acesso a salas secretas com vídeos feitos sem autorização. O fetiche é explorado no marketing de um dos grupos que atrai voyeurs para um conteúdo VIP com cenas reais com câmeras escondidas em quartos de hotéis, motéis e banheiros.

“Vídeos tirando a roupa, vestindo a roupa, transando, roçando, tudo natural”, avisa o anúncio. Em outro, taras de observação são satisfeitas com promessas de se assistir a vídeos gravados em salas de depilação de clínicas de estética, em banheiros e provadores de lojas. Além, é claro, dos habituais flagrantes de casais de férias em quartos alugados em plataformas de hospedagem. A propaganda sublinha: “Flagrantes maravilhosos”. Há acervos tão ecléticos que contam com mais de 3,9 mil vídeos catalogados.

Sem investigação


O publicitário só começaria a puxar o fio dessa prática ilegal depois do show. Até lá, só saía do quarto com a mochila e itens pessoais. Ao fim do passeio, ele gravou um vídeo, que no primeiro dia já tinha 1 milhão de visualizações, orientando as pessoas a ficarem “espertas” ao alugarem quartos por aplicativos de hospedagem e mostrou um pouco sobre o golpe em que quase caiu. Ao voltar para sua cidade, Mogi Guaçu, em São Paulo, ligou para o Airbnb e foi à polícia. Bandeira conta que o anúncio do anfitrião indiscreto saiu do ar e ele teve o dinheiro da locação devolvido. Na última semana, no entanto, ele conta ter sido informado de que o anúncio do apartamento estava ativo de novo. O caso foi encaminhado para a delegacia de Campinas, mas a investigação não deverá ser aprofundada porque, ao fim, não houve captura de imagens íntimas do hóspede. Bandeira acredita que a denúncia, apesar da gravidade, não deve dar em nada:

— É assustador. Não estamos seguros em lugar nenhum. Recebi muitas mensagens de casais e famílias com crianças que ficaram nesse mesmo imóvel.

Durante uma temporada no Rio de Janeiro, as tatuadoras Ana Lúcia Guimarães Bezerra e Júlia Stoppa, de 26 e 34 anos, se depararam com um “olho indiscreto” em cima do armário de um quarto em Copacabana, onde ficariam hospedadas por alguns dias. O casal, de Goiânia, se arrumava para ir à praia quando um brilho estranho no móvel sobre a porta chamou a atenção. Era uma câmera com localização estratégica, em frente à cama. Elas quebraram o aparelho, foram à delegacia e gravaram vídeos de alerta para outros usuários.

— Você já sonhou que foi para o trabalho sem roupa? — pergunta Ana, alegando que foi assim que se sentiu com a descoberta. — Era como se estivéssemos peladas em local público. O esquema pode ser muito maior. O dono do apartamento tem outros imóveis, em outras plataformas.

O Airbnb ofereceu um voucher, e elas foram para outro apartamento. Mesmo com a denúncia, o anfitrião pediu uma indenização de R$ 10 mil por uma televisão, que segundo elas já estava danificada, e por peças acrílicas do banheiro que de fato foram destruídas na busca por mais câmeras. Uma funcionária da plataforma as orientou a não fazer o pagamento, mas a cobrança permaneceu ativa. Em nota, o Airbnb informou que “possui políticas rígidas sobre o uso de dispositivos de monitoramento nas acomodações e toma as medidas necessárias quando um problema é relatado, além de oferecer suporte aos hóspedes e colaborar com as investigações”. Garantiu ainda que câmeras de vigilância e dispositivos de monitoramento de ruído são permitidos desde que tenham sido divulgados na descrição do anúncio e nunca podem ser instalados em banheiros ou quartos. E assegurou que removeu perfis de anfitriões dos casos denunciados em Campinas e no Rio de Janeiro e negou o pedido de indenização.

‘Ao vivaço’


A quebra de privacidade virou um negócio rentável. O GLOBO identificou no Telegram outra prática criminosa: chats ensinam como é possível ter acesso ilegal a sistemas de segurança instalados em casas de família. Basta baixar um aplicativo de uma empresa chinesa, escanear o código QR, inserir uma senha vendida pelo grupo e voilà. O bisbilhoteiro tem acesso integral “ao vivaço”, segundo o anúncio, à circulação das pessoas pelos quartos, banheiro e garagem da residência. Juliana Cunha, diretora da ONG SaferNet, acredita que as senhas podem estar sendo obtidas irregularmente junto ao fabricante dos dispositivos de segurança. Ela orienta os usuários do serviço a considerarem o risco de vazamento:

— Recomendo atualizar o firmware das câmeras e mudar periodicamente a senha.

O advogado Ivan de Franco, doutorando em processo penal na USP e sócio do Mudrovitsch Advogados, explica que a prática envolve dois possíveis crimes: registro não autorizado da intimidade sexual, que abrange inclusive nudez; e invasão de dispositivo informático, previsto na Lei Carolina Dieckmann, no caso do mercado de venda de imagens no Telegram. Em 2011, um hacker invadiu o computador da atriz e divulgou fotos íntimas. O advogado destaca que, desde então, a criminalidade evoluiu, criando dificuldades na aplicação da lei.

— A lei não é um primor. Ela não define o que é um dispositivo informático e cria dificuldade para enquadrar no Código Penal — conclui.

O Globo

O ex-candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, foi hostilizado no aeroporto de Miami, Estados Unidos.

Uma mulher que também estava no local fez provocações, citando o apoio de Ciro Gomes a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. A cena foi gravada pela própria mulher. O vídeo viralizou no Twitter neste domingo (27).

Ciro estava em uma fila acompanhado da esposa, Giselle Bezerra, e não respondeu às provocações. No vídeo, ele aparece sorrindo.

Na publicação de 20 segundos, a mulher, que não foi identificada, diz: “Olha aqui, gente, quem tá aqui em Miami. Se aliou ao bandido do PT, Ciro Gomes, na fila aqui de Miami. O traidor. Falou um monte de bosta do Lula e se aliou a ele. Tá aqui, passeando em Miami enquanto vocês estão aí tudo passando dificuldade”.

O ex-presidenciável ainda não se pronunciou sobre o caso. O UOL não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do pedetista. Assim que houver resposta, a matéria será atualizada.

Após o primeiro turno, Ciro Gomes declarou que ia seguir a orientação do seu partido, PDT, sobre apoio no segundo turno. Não citou nominalmente Lula. Já o PDT apoiou o petista.

Fonte: Blog do Gustavo Negreiros

O fracasso de Gleisi Hoffmann, Aloizio Mercadante e outros menos votados, na articulação política para viabilizar a PEC da Transição, forçará Lula a entrar em campo tão logo receba alta médica. Até porque ele está também atrasado na montagem do governo e da base de apoio no Congresso. Seu desafio será adotar o “presidencialismo de coalizão” sem reincidir no “presidencialismo de cooptação”, que gerou o Mensalão.

VAI QUE…

Em Brasília, até os céticos acreditam que Lula não ousará retomar o Mensalão, comprando o apoio de parlamentares. Há precedente.

PRÁTICA REITERADA

O mensalão do governo Lula era o maior escândalo de corrupção de todos os tempos, até a Lava Jato revelar outro, mais grave: o Petrolão.

TEORIA DO INJUSTIFICÁVEL

FHC criou a expressão “presidencialismo de coalizão” para justificar alianças políticas constrangedoras, no Congresso.

DINHEIRO NA MÃO

o primeiro governo, o PT confundiu coalizão com cooptação e “azeitou” as relações entre governo e Congresso com malas de dinheiro público.

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