O Rio Grande do Norte tem mais de 106 mil servidores entre ativos e inativos, e um enorme desequilíbrio na folha de pagamento. Somente este ano, entre janeiro e julho, foi registrada uma diminuição de 1,22% de vínculos ativos, 635 servidores a menos na ativa e 624 registros a mais na lista de inativos (entre aposentados e pensionistas). Os inativos compõem 51,2% do extrato de pagamentos do total da folha, enquanto os ativos, contam 48,7%, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Administração.
No Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais (Ipern) até esta quinta-feira, 18, mais 525 processos estão em tramitação para aposentadorias da administração direta e indireta. Nas secretarias, é alto o número de requisições de documentos para dar entrada nas aposentadorias. Somente na Educação e na Saúde, duas pastas com grande número de servidores, há 1.965 pessoas que solicitaram documentação de olho nas aposentadorias: 1.500 na Secretaria de Educação e 465 na Secretaria de Saúde.
No primeiro mês deste ano, o valor da folha de pagamento do Executivo estadual foi de R$ 479,9 milhões e em julho, R$ 489,5 milhões. Somente a folha de inativos passou de R$ 253,16 milhões para R$ 263,08 milhões.
Para remunerar os inativos, o Governo do Estado em janeiro despendeu R$ 253,1 milhões com inativos e R$ 226,7 milhões com ativos. Em julho, a diferença pró-inativos seguiu a tendência: R$ 263,08 milhões e R$ 226,42 milhões para os ativos.
A secretária estadual de Administração, Virgínia Ferreira reconhece o desequilíbrio entre o número de servidores na composição da previdência estadual e os que ainda estão trabalhando, ou seja, na ativa.
Os números previdenciários são desfavoráveis na folha de pagamento do Estado mas a secretária disse que o atual governo conseguiu reduzir o ritmo do volume dos servidores ativos que estão caindo para a inatividade.
A situação da previdência, retrucou a secretária, chegou ao ponto de desequilíbrio porque no passado não houve planejamento na área de recursos humanos. Ela disse que espera sanar a situação com investimentos em uma política de recursos humanos para o Estado.
O gestor de pessoas da Secretaria, Luís Renato, complementou que vários fatores contribuíram para o desequilíbrio. Em janeiro de 2014, o RN tinha 60 mil servidores ativos e 40 mil inativos, comparou. Quando se começou a discutir a reforma da previdência, esse número se inverteu e em um ano, 15 mil servidores se aposentaram no Estado. Segundo ele, nada foi feito para que os servidores não se aposentassem. Faltou incentivo para aproveitar um maior tempo de serviço.
Tribuna do Norte